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Cursos da UFMA promovem roda de diálogo sobre “A mulher negra e a produção musical no Norte e Nordeste”

O evento ocorreu na última quarta-feira,12, com a participação da cantora Gaby Amarantos.

Redação: Aline Vitória - UFMA

Fotos: Valdo Tavares - UFMA

Com o tema “A Mulher Negra e a Produção da Música no Norte e Nordeste”, a Licenciatura Interdisciplinar em Estudos Africanos e Afro-brasileiros (LIESAFRO) e o Programa de Pós-Graduação em Estudos Africanos e Afro-brasileiros (PPGAFRO) da Universidade Federal do Maranhão, realizaram, na última quarta-feira, 12 de fevereiro, uma roda de diálogo celebrando o protagonismo das mulheres negras na cultura musical brasileira.

A roda de diálogo contou com a participação da cantora, atriz e apresentadora Gaby Amarantos, da cofundadora do Hub Pense Minha Cor, Luara Matos, e da estudante e afroeducadora Pietra Lopes. O evento foi promovido em parceria com o Núcleo Interdisciplinar de Estudos Africanos e Afro-brasileiros (Niesafro) e o Instituto Pense Minha Cor, tendo como intuito o debate sobre os desafios enfrentados por artistas negras e suas conquistas nas regiões Norte e Nordeste, locais ricos em cultura e história.

O coordenador do curso de licenciatura, Rosenverck Santos, explica como surgiu a iniciativa e o objetivo do evento. “Então, a ideia surgiu de uma parceria do LIESAFRO, do PPGAFRO e do Instituto Pense Minha Cor na Comunidade, que é um instituto de psicólogos e psicólogas negras. Nós fizemos uma reunião, eles já têm o contato de Gaby Amarantos, fizeram essa proposta para a gente, de uma atividade no nosso curso. Como o nosso curso tem como proposta também essa interação entre educação, cultura, educação e arte, numa perspectiva antirracista, a gente achou que seria fantástico fazer essa atividade com ela. Então, nós vamos ter ali na mesa: ela, uma aluna trans, que é aluna do LIESAFRO, e mais uma professora nossa. A perspectiva é fazer uma discussão sobre a importância da mulher negra e a produção cultural na Amazônia”, afirmou o coordenador.

Por meio de seu trabalho e dedicação, Gaby Amarantos ajudou a dar visibilidade para a música paraense e do norte brasileiro. Segundo a cantora, a temática abordada na roda de conversa é fundamental no ambiente acadêmico. “Eu acho que é superimportante a gente trazer essa conversa para dentro das universidades. A gente colocar o protagonismo feminino, mas uma mulher negra no ambiente de poder, ocupando um lugar de poder, ela traz consigo toda uma representatividade de todo um povo. Então, poder falar um pouquinho de como a gente construiu isso e também iluminar pessoas que estejam nesse caminho, para mim, é devolver para a sociedade um pouquinho do carinho, da sorte e do amor, tudo de maravilhoso que tenho recebido ao longo desses anos nessa estrada. A gente vai vencendo os desafios, eu acho que a gente tem que aprender a falar das vitórias, das conquistas e isso que foi me levando para um lugar mais iluminado”, compartilhou Gaby Amarantos.

Luara Matos destaca a importância da parceria entre a comunidade acadêmica e do Hub Pense Minha Cor. “Então, nós precisamos aproximar e fazer essa interseção da academia, da educação e do empreendedorismo social com o que é cultura e a importância da cultura negra como uma ferramenta do fortalecimento de uma educação antirracista. Essa parceria tem o principal objetivo de fortalecer esses pilares que a gente estava mencionando agora há pouco, porque a nossa sociedade é constituída por muitas colunas. É um prédio muito grande que precisa de uma boa sustentação, e essa sustentação fica mais firme quando, como negritude e movimentos negros, seja acadêmicos, seja corporativos,  educacionais ou culturais, se unem e constroem uma ponte sólida e firme para que a gente consiga atravessar os desafios sociais dos séculos”, pontuou a cofundadora do Hub.

Para Pietra Lopes, o momento promove a valorização da cultura do Norte e do Nordeste. “Primeiramente, é uma honra estar participando da roda de conversa. Esse é um momento superimportante, até mesmo porque sabemos que as mulheres nortistas, as mulheres nordestinas, especificamente, têm um papel maravilhoso dentro da cultura e, principalmente, dentro da música. Então, é uma honra ter a Gaby aqui compartilhando esse momento conosco. É uma honra, principalmente, ela estar dividindo todas as vivências dela, saber que, apesar de todos os obstáculos que cada artista feminina enfrenta, ainda assim, elas são potentes e são muito capazes de levar a arte e a cultura em lugares inimagináveis”, finalizou a afroeducadora.

O evento fortalece a presença feminina negra no ambiente cultural e universitário, possibilitando o incentivo para que mais mulheres negras se dediquem em ocupar diferentes espaços sociais, ainda mais com o auxílio da Universidade.

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