Um lugar, um itinerário, uma extensão, que, por razões políticas, religiosas ou culturais, assumem uma dimensão simbólica fortalecendo a identidade de um povo ou grupos étnicos que são definidos como geossímbolos. Na Universidade Federal do Maranhão, câmpus Codó, a pesquisa “Geossímbolos em paisagens de Codó – MA: indicadores para políticas ambientais”, realizada pelo Grupo de Pesquisa Geocultural Maranhão, identificou 18 geossímbolos de paisagens codoenses.
O estudo, ocorrido de 2021 a 2024, resultou no I Seminário Geocultural Maranhão, realizado nos dias 13 e 14 de janeiro, no câmpus Codó e trouxe ao debate temas como como geossímbolos, sacralidades afrodiaspóricas e sustentabilidade socioambiental, destacando a relação entre elementos simbólicos das paisagens de Codó e as práticas de comunidades de matriz africana, propondo reflexões sobre etnoconservação da sociobiodiversidade e sustentabilidade.
“O I Seminário Geocultural Maranhão é fruto das pesquisas que a gente tem desenvolvido. Quando eu falo nós, estou me referindo ao Grupo de Pesquisa Geocultural Maranhão, que existe aqui na Universidade Federal do Maranhão, Centro de Ciências de Codó, desde 2021. A primeira pesquisa que a gente concluiu foi relacionada aos geossímbolos e geossimbologias de paisagens codoenses. Eles dizem respeito a lugares, a itinerários e têm essa essência geográfica que vai reforçar identidades. […] Trabalhar com geograficidades, sentidos de lugar, geossímbolos e geossimbologias nos possibilita pensar em ações estratégicas de educação ambiental, por exemplo, utilizando esses resultados da pesquisa em ações e programas de educação ambiental”, ressaltou a professora do curso de Licenciatura Interdisciplinar em Ciências Humanas-História e coordenadora do evento, Fabiana Correia.
![](https://portalpadrao.ufma.br/site/noticias/20250115ISeminrioGeoculturalMaranho2.jpg)
Nos dois dias de evento, a programação abordou aspectos ambientais e culturais da cidade. Além disso, os participantes puderam observar a exposição “Representações artísticas de geossímbolos de paisagens codoenses”, que apresentou aquarelas da artista visual Ana Luiza Salazar dos Santos. As obras foram desenvolvidas no contexto do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC), evidenciando o papel da arte como ferramenta de pesquisa e expressão cultural.
David dos Santos Lima, membro do Grupo de Pesquisa Geocultural Maranhão e egresso do curso de Ciências Humanas-História da UFMA, Codó, destacou a palestra “Importância de Comunidades de Terreiro para a Conservação da Natureza”, ministrada pelo professor Alex Ratts, da Universidade Federal de Goiás, como um dos temas importantes do evento.
“A gente teve, logo no início, uma palestra muito interessante do doutor Alex Ratts, que chama a atenção para uma questão aqui da cidade de Codó, que é a dos terreiros. Ele nos levou a pensar sobre os terreiros e as relações deles com a natureza. Conseguimos ter alguns insights, muito valiosos para se pensar a questão da gestão ambiental participativa, com base nessas experiências, nos valores e sentimentos que estão ligados a esses lugares e entes geográficos. Foi um momento muito gratificante”, pontuou David.